O corpo e estrutura da Companhia de Caçadores
2378, iniciou a sua formação na unidade do Regimento de Infantaria 1, na
Amadora, (periferia de Lisboa) hoje uma grande cidade, que no tempo, viu chegar
e partir milhares de jovens desta sua grande e bonita unidade militar rumo as ex-colónias.
A C. Caç.2378 comandada pelo capitão
Figueiredo, foi ganhando forma com elementos em instrução e outros vindos de
outras unidades, a sua estrutura ficou completa, em finais de fevereiro de
1968.
É
recebida a ordem de mobilização da Companhia de Caçadores 2378, com destino a
Angola, o que já se previa, só não se sabia qual era o teatro de guerra.
A C. Caç. 2378 é colocada numa ex-unidade antiaérea
fixa em Murfacém-Trafaria, para tirar o IAO e esperar o dia do embarque,
marcado para o dia 28 de Março de 1968. No exercício de instrução de operação
militar batemos toda a Costa da Caparica e acampamos junto à Fonte da Telha. Posteriormente,
foram efetuadas as últimas inspeções físicas e de saúde.
No dia 28 de Março de 1968, pela manhã, deixámos
Murfacém a caminho do cais da Rocha do
Conde de Óbidos, aí chegados a Companhia de Caçadores
2378 efetuou um pequeno desfile, ao som da muito ruidosa banda do exército, ruído
que abafava o clamor dos familiares.
Com a nossa
Companhia Independente a C. Caç. 2378 viajavam mais duas Companhias e dois Batalhões.
Pelas onze horas, o majestoso e cansado navio Vera Cruz partiu do cais da Rocha
do Conde de Óbidos, iniciando assim mais uma viagem ingrata a terras do
ultramar, o espetáculo era aterrador; a banda tentava tocar mais alto do que os
gritos dos familiares, muitos camaradas mais emocionados não conseguiam segurar
as lágrimas, mas o barco roncando os seus motores aliviava o ambiente.
Já em alto mar, as tropas mantinham a forma física
fazendo exercícios de manutenção, ao aproximarmos do Equador a ondulação era forte,
o calor imenso e a cerveja esgotava-se, com o subir e descer do navio, tal a
ondulação era forte.
No dia 6 de abril de 1968, entramos nas águas
de Angola e atracámos no cais de Luanda, meio atónitos e curiosos. Muitos
camaradas e conterrâneos nos esperavam para rever os amigos, outros, os
militares vinham espreitar com alegria o transporte, que uns dias mais tarde os
haveria de levar a bom porto, até ao PUTO.
Desembarcámos
e fomos transferidos para o comboio que nos esperava. Iniciámos uma viagem
curta até à saída de Luanda, onde estava implantado o maior centro estacionário
de tropas, esperando colocação nas várias cenas da guerra em Angola, o famoso Campo
Militar do Grafanil.
Chegados
ao Grafanil a Companhia de Caçadores 2378 concentrou-se na parada e ai
efetuamos um desfile de boas vindas (com todo o Estado Maior presente),
fustigados por uma temperatura de mais de quarenta graus ao sol, muitos
militares tombaram desmaiados.
A C. Caç.
2378 ali ficou aquartelada, tendo-lhe sido atribuído como missão provisória o
controle e intervenção das linhas de defesa da cidade de Luanda. Ficámos com a
ideia que esta seria a nossa tarefa até ao fim da comissão, mas depressa caiu o
pano.
Amandio Ferreira
Nesse dia 28 de Março de 1968 também fiz parte dos militares que embarcaram para Angola : C.C. 2362 do B.C.2843 e rumamos a Teixeira de Sousa no Leste.
ResponderEliminarBem vindo ao clube dos ex-militares.
EliminarAlguem me pode informar acerca da nomenclatura "jovens comandos do alto chicapa".
ResponderEliminarO meu pai "Amadeu Cardoso Alexandre" pertenceu à companhia de caçadores 2378 radicada no Leste.
Gostava de saber mais.....
Se souber qual o pelotão, a especialidade dele ou uma foto na tropa talvez seja mais fácil identificar e prometo informar-me no almoço que vai ter lugar em Maio. Para me contactar tem o email . ( O administrador)
EliminarNesse mesmo dia parti convosco para Angola:c.c.2351 / b.c. 2840. Alguns dias depois da chegada a Luanda,rumámos ao Toto (Uíge )
ResponderEliminar