A Companhia de Caçadores 2378 começou pela
manhã a preparar todo o material e o equipamento para iniciarmos a última caminhada
até ao destino final, o Alto Chicapa, incluído na extensa coluna havia viaturas
pesadas civis e militares com todo o material necessário para montar uma
unidade militar. Almoçamos na unidade no Luso e iniciamos à tarde a viagem rocambolesca
na distância de 180 km. Com uma paisagem muito diferente da que temos em
Portugal, mato natural e virgem; viajamos em estrada de picada, com caminhos e
pontes em péssimo estado.
Quando a coluna da C. Caç. 2378 chegou á sanzala
Menuca, somos informados de um ataque a um camionista e ao ajudante de uma
serração ali próxima, os dois homens estavam prostrados mortos, fizemos
levantamento da situação e pernoitamos perto da sanzala com todas as defesas bem
organizadas não fosse dar-se o caso de termos alguma surpresa durante o sono.
Ao romper do sol, ainda mal refeitos do dia anterior lá continuamos, passamos no
Luma Cassai, onde existia uma bela missão protestante.
Fomos continuando por picadas sinuosas e desgastadas
pelas chuvas intensas africanas, por vezes reparávamos ou reforçávamos as
pontes para os camiões pesados passarem, atravessávamos rios, muitos rios, íamos
resolvendo as situações com os guinchos de algumas viaturas.
As pontes
Passamos por algumas sanzalas, (aldeias) onde
a população local nos recebia com júbilo e ao mesmo tempo talvez receio, devido
ao grande aparato militar, que praticamente estava ausente naquelas paragens.
Por fim, a vasta coluna militar da C. Caç.
2378 avistou o Alto Chicapa, estávamos a 13.414 Km de Lisboa, subimos o monte e
encontrámo-nos num pequeno planalto, é o Alto Chicapa pequeno lugar perdido no
meio do mato com uma picada principal, três casas de construção a tijolo e
telha, e mais ao lado há uma Sanzala onde vive o povo Quioco. Foi efetuada a
adaptação ao local e a montagem das instalações militares de campanha muito
rudimentares. Estava assim concretizada esta primeira grande viagem da
Companhia de Caçadores 2378 até ao ALTO CHICAPA.
Amandio Ferreira
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